Ao retornarem do recesso de duas
semanas do Carnaval, os deputados federais irão estrear nesta semana o
uso de tablets no plenário da Câmara. Recém-adquiridos pela Casa sob o
argumento de que é preciso reduzir gastos, os equipamentos serão usados
pelos parlamentares para consultar projetos e pareceres durante as
sessões, em substituição aos enormes calhamaços de papel. Segundo a
Câmara, em 2012, foram feitas cerca de 1,7 milhão de impressões. O
parlamentar que não tiver tanta familiaridade com a tecnologia poderá
contar com a ajuda de técnicos da Casa.
No total, 489 tablets foram instalados.
Embora sejam portáteis, foram fixados nas mesas e, portanto, não poderão
ser transportados. Cada tablet, modelo Samsung 10.1 de 16 Gb, custou à
Câmara R$ 1.109, totalizando pouco mais de R$ 542,3 mil.
Para a equipe de taquigrafia, que faz o
registro dos discursos, foram comprados 50 iPads 2, que também serão
usados pelos integrantes da Mesa Diretora. Foi preciso adquirir um
equipamento diferente do sistema do plenário porque o programa
específico usado na taquigrafia só roda em iPad. Cada iPad custou R$
1.349. Assim, o gasto total da Câmara com os 539 tablets chegou a R$
609,7 mil.
Outras medidas tecnológicas foram
adotadas para tentar agilizar a atividade parlamentar. Terminais de
atendimento com telas sensíveis ao toque e leitores biométricos serão
acessados pelos deputados para, entre outras coisas, poderem se
inscrever para discursar na tribuna.
Também com esse sistema os deputados
poderão coletar eletronicamente assinaturas dos seus pares em apoio a
projetos. Até então, a adesão para proposições que exigem apoio de mais
parlamentares, como a apresentação de uma PEC (proposta de emenda à
constituição), por exemplo, ou a instalação de CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito), era feita manualmente, o que demorava muito.
Custos
No caso do Senado, os senadores também
receberam tablets do mesmo modelo instalado na Câmara, com a diferença
que não foram fixados nas mesas e podem ser transportados.
Os aparelhos, no entanto, custaram mais ao Senado: cada um saiu por R$ 1.718, 55% a mais do que a Câmara pagou.
Embora as duas compras tenham sido
feitas por meio de licitação eletrônica, a diferença no valor, segundo
as Casas Legislativas, se deve à quantidade maior de equipamentos
adquiridos pela Câmara (489) em comparação aos comprados pelo Senado
(110).
De acordo com o Senado, em junho de
2012, seis meses após a aquisição dos equipamentos, houve redução média
de 61% no custo com a impressão de documentos –em algumas comissões,
chegou a 80%. No total, a Casa economizou R$ 1,85 milhão em insumos
gráficos com a substituição das publicações oficiais impressas.